Redenção

Desde sei-lá-quando, tenho a capacidade de marcar a vida das pessoas. Para o bem ou para o mal, meu jeito cativante tem seu lado bom e o lado ruim. As pessoas que eu mais amei nessa vida, sofreram com isso e, consequentemente, eu também. Gente que me ajudou, que conseguiu extrair de mim o melhor e, vez ou outra, ganhou um ataque de fúria de volta. Isso até o último dia 8 de novembro.
Depois de uma semana incrível, com tanta coisa legal acontecendo em minha vida, estava voltando para casa e começou a tocar uma música no rádio.
A cada nota uma lembrança da minha vida, que se transformoram em arrependimento, que se transformou em lágrimas. 
Chorei, como há anos não chorava. Nesse momento, após anos dizendo a quem quisesse ouvir que eu “sou um cara legal, mas com sérios problemas de caráter”, me senti livre desse cara. Como se Deus tivesse sentado no banco do passageiro e me dissesse “chore, filho. Coloque tudo isso pra fora. Você está livre. Hoje é a sua redenção.”
Encontrei a paz que eu precisava, finalmente. 
Cheguei em casa, abracei meus pais e agradeci aos olhinhos pretos que me fizeram acreditar que nada mais pode dar errado na minha vida.
Finalmente, tudo fez sentido. 
O louco, o bipolar, o transtornado, finalmente foi embora. Tarde demais? Não sei, mesmo. Mas ele não vai deixar saudades.
E porque só hoje eu estou escrevendo isso? Dias depois?
Porque eu precisava ver o que vi, ler o que li, saber o que soube e sentir o que senti. 
E porque tudo tem o tempo certo para acontecer.

Um comentário em “Redenção

Deixe um comentário